O Edital Elisabete Anderle de
Estímulo à Cultura é um concurso público, sob a responsabilidade do Governo do
Estado de Santa Catarina, por intermédio da FCC (Fundação Catarinense de
Cultura) conferido anualmente na forma da Lei n.º 15.503, de 29 de junho de
2011, regulamentada pelo Decreto n.º 806, de 9 de fevereiro de 2012. É uma
ferramenta destinada a aportar recursos à produção, circulação, pesquisa,
formação, preservação e difusão de trabalhos artísticos e culturais de pessoas
físicas e jurídicas, em conjunto com as ações desenvolvidas pelo Funcultural, a
partir do sistema Seitec.
om questionários para coletar informações a respeito da
situação linguística de nossa cidade, com ênfase no Hunsrückisch (o alemão
falado em Antônio Carlos e região).
Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na década de 1950. |
Antônio
Carlos é uma cidade de colonização, predominantemente, germânica. A língua
falada por nossos ancestrais germânicos é por aqui denominada de Hunsrückisch
(alguns preferem defini-la como dialeto, mas isto é discutível). De acordo com
a política linguística atual, o Hunsrückisch é considerado como uma língua de
imigração. As línguas de imigração foram, por muito tempo, vistas apenas como
meros dialetos, o que as tornava “invisíveis” perante as línguas dominantes
(SKUTNABB-KANGAS, 1996). Com o emprego do atual termo, acreditamos que as
línguas de imigração possam ter o seu valor reconhecido em nosso país, cujas
políticas linguísticas oficiais ainda estão pautadas no mito do monolinguismo.
Há
estudos que comprovam a importância da manutenção e do incentivo aos falares
locais, uma vez que eles elevariam a competência linguística. Na Alemanha, por
exemplo, o dialetologista Hans Triebel explica que “a criança que cresce
falando dialeto e aprende alemão padrão na escola é praticamente bilíngue, o
que eleva sua competência e performance linguísticas – uma constatação fundada
em pesquisas linguísticas”. Já o presidente da Associação Alemã de Filólogos,
Heinz-Peter Meininger, justifica este fenômeno da seguinte maneira: “Os
falantes de dialetos aprendem bem cedo a diferenciar diversos níveis
linguísticos. Isso treina a capacidade de apreensão e o pensamento abstrato”.
Neste
sentido, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura pretende, após avançar
mais alguns passos, ter condições de ensinar o Hunsrückisch às crianças de
nossa Rede Municipal de Ensino, pois, deste modo, estaremos ajudando a manter a
diversidade linguística, preservando a cultura de nossos antepassados e, além
disto, contribuindo também para melhorar o próprio aprendizado escolar de
nossas crianças.
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