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quarta-feira, 25 de março de 2020

EU APOIO BOLSONARO


Segundo estatística divulgada no dia de ontem, 24 de março, o mundo possui atualmente mais de 2,6 bilhões de pessoas confinadas, numa tentativa de reduzir os impactos do novo coronavírus! São governos de diversos países lutando para conter o avanço desta pandemia que já contaminou mais de 349 mil pessoas e levou a outras 15.300 a óbito, segundo a Universidade Johns Hopkins (dados de 23/03/2020), instituição que mantém um monitoramento em tempo real da pandemia de Covid-19.
Até o último dia 23 os três países com maior número de pacientes eram, respectivamente, a China, com 81.496 casos e 3.274 mortes; a Itália, com 59.138 casos e 5.476 mortes, e os Estados Unidos, com 35.224 infectados e 471 óbitos (mesmo assim o governo Bolsonaro, numa atitude irresponsável e lambe-botas, não impôs nenhuma restrição a entrada de estadunidenses no Brasil).
No entanto, é importante lembrar que o número de casos positivos diagnosticados reflete apenas uma parte do número total de infecções devido às diferentes políticas de cada país para diagnosticar os doentes e ao fato de que alguns testam apenas as pessoas que precisam de hospitalização.
No Brasil, por exemplo, a quantidade de testes disponíveis atualmente é insuficiente para o tamanho da população brasileira e, por isso, a recomendação tanto na rede pública quanto na privada é testar apenas os casos mais graves. Além disso, o aumento significativo da demanda aumentou também o tempo entre a coleta e o resultado do teste. Há relatos de pessoas que esperaram até sete dias para saber que tinham ou não a doença, um processo que, tecnicamente, demoraria apenas quatro a dez horas de processamento. Tudo isso faz com que tenhamos uma estatística que não corresponde com a real situação de infectados no país, o que pode comprometer, inclusive, as ações governamentais de contenção da epidemia.

Pronunciamento do presidente Bolsonaro
Ontem à noite, 24, Bolsonaro fez um pronunciamento de 5 minutos em rede nacional de rádio e televisão. Melhor que não tivesse feito. Falou uma série de inverdades e coloca em sério risco de vida aqueles que ainda acreditam neste mentecapto, pois incentivou as pessoas a voltarem a ter uma vida normal, desrespeitando as quarentenas impostas por governadores e prefeitos em diferentes regiões do país!
Entre outras coisas, afirmou que o grupo de risco é o de pessoas acima de 60 anos e que são raros os casos de vítimas fatais com menos de 40 anos! Afirmou ainda que ele, por seu histórico de atleta (acha que correr de debates o torna um atleta!), se fosse contaminado, não sentiria nada mais do que uma “gripezinha” ou “resfriadinho”.
Os fatos desmentem esse olhar do presidente. Quase quatro a cada dez pacientes que foram hospitalizados nos Estados Unidos por causa do novo coronavírus têm idades entre 20 e 54 anos. Mesmo que a taxa de mortalidade nesta faixa etária seja menor do que nas faixas etárias superiores, uma contaminação em massa sobrecarrega o sistema de saúde, dificultando ou até impedindo um atendimento eficiente.
 Vejam alguns depoimentos de atletas de verdade que foram vítimas do coronavírus:
"De longe, o pior vírus que já sofri. Qualquer atividade física como andar me deixa exausto por horas. A perda de condicionamento no corpo tem sido imensa." (Cameron Van der Burgh, sul-africano de apenas 31 anos, campeão olímpico de natação)
"Já deixei para trás o mais difícil. Passei três dias complicados, mas agora acabou, vou deixar o hospital em uma semana". (Earvin Ngapeth, jogador francês de vôlei, considerado um dos melhores do mundo)
"Só para atualizar a vocês, a perda de olfato e paladar é definitivamente um dos sintomas, não foi possível sentir o cheiro de nada nos últimos quatro dias. Alguém experimentando a mesma coisa?" (Rudy Gobert, jogador do Utah Jazz, da NBA)
Bolsonaro disse também “que Deus capacitará cientistas e pesquisadores do Brasil e do mundo na cura dessa doença”. Mais uma vez faz uso incorreto da religião, como forma de manipular as pessoas!
Sou religioso e sei da importância da fé, mas é necessário que se diga que a capacitação de cientistas e pesquisadores se dá a partir de investimentos em pesquisa, em ciência! Coisa que, infelizmente, este desgoverno não tem feito. Muito pelo contrário, tem atacado a ciência, difundido falsas verdades baseadas no senso comum e, o pior de tudo, reduzido drasticamente os investimentos públicos em pesquisa. Só em 2019 os cortes no orçamento da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) levaram ao bloqueio de quase 12 mil bolsas de estudo de especialistas e pesquisadores dos diversos ramos do conhecimento. Nova portaria da Capes, do último dia 09, possibilita mais cortes em 2020! Sem investimento não capacitação de cientistas e pesquisadores! Como afirmou o arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, “o desprezo pela ciência é grave e pode levar a consequências desastrosas. É importante ser realista e não desprezar a realidade e a verdade dos fatos".


Bolsonaro põe em risco a saúde pública do Brasil
Ao contestar as quarentenas definidas por prefeitos e governadores Bolsonaro põe em risco a saúde pública do país!
O governo italiano teve atitude semelhante em fevereiro, quando as cifras oficiais apontavam 650 contágios, 17 mortes e 45 pacientes curados em 27 de fevereiro. Lá também prefeitos e governos regionais haviam baixado uma série de regulamentos Por exemplo, algumas regiões sem contagiados, como Marche, decretaram o fechamento preventivo das escolas e proibiram aglomerações públicas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte ameaçou contestar a normativa, já que “contribuía para gerar o caos”, e um tribunal acabou por suspendê-la. Na Lombardia, inicialmente os bares foram proibidos de abrir à noite, uma medida que foi revogada dois dias depois. Consequência: atualmente a Itália conta com 59.138 casos e 5.476 mortes!

Bolsonaro ignora relatório de seu próprio governo: Brasil pode chegar ter mais de 5 mil mortes
“Para quem não sabe, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é um órgão da Presidência da República, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, responsável por fornecer ao presidente da República e a seus ministros informações e análises estratégicas, oportunas e confiáveis, necessárias ao processo de decisão. ABIN tem por missão assegurar que o Executivo Federal tenha acesso a conhecimentos relativos à segurança do Estado e da sociedade, como os que envolvem defesa externa, relações exteriores, segurança interna, desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento científico-tecnológico.
Ou seja, em seu último pronunciamento, em 24 de março, Jair Bolsonaro já tinha acesso ao Relatório da ABIN 015/2020, concluído no dia anterior (23/03), às 22h10, e divulgado para os integrantes do Centro de Operações de Emergência – Coronavírus (COE-nCoV) com o carimbo “SIGILOSO”, que aponta por meio de estudos e gráficos, o cenário de mais de 5 mil mortes e 200 mil infectados pelo coronavírus no Brasil até o dia 6 de abril. Ainda assim, o Presidente da República criticou em rede nacional, o fechamento das escolas e dos comércios, voltou a minimizar o Covid-19, ao compará-lo com uma “gripezinha” ou “resfriadinho”, atacou governantes que seguem as orientações da Organização Mundial da Saúde para a contenção da epidemia, culpou a imprensa por causar histeria na população e incentivou a população a voltar à rotina”.
Portanto, o pronunciamento do presidente Bolsonaro é criminoso! Mesmo tendo em mãos um relatório que recomenda cuidados, o presidente fala em “retorno à normalidade”, questionando fechamento de escolas e comércios. Sabe-se que uma das causas do descontrole da pandemia na Itália foi, justamente, a desobediência dos cidadãos às recomendações de quarentena.
Ainda segundo este relatório da ABIN, uma “nova pesquisa científica mostra que duas em cada três infecções do novo coronavírus foram causadas por pessoas que não foram diagnosticadas com o vírus ou que não apresentavam sintomas. Isso significa que as pessoas infectadas que se sentem saudáveis ou têm sintomas muito leves estão espalhando o vírus sem perceber, representando um grande desafio para a contenção da pandemia. Destaca ainda que os cientistas dizem que a probabilidade é que haja entre cinco e dez pessoas sem diagnóstico para cada caso confirmado”.

O mundo está errado e Bolsonaro está certo?
Acho bem pouco provável!
Boa parte da Europa está em quarentena, com restrições que impõem isolamento social, além de alguns deles terem também fechado suas fronteiras. Com 519 casos de contaminação e 10 mortes, a Índia também adotou medidas restritivas drásticas ao decretar ontem, 24, quarentena total por 21 dias. Todos estão errados? Todos estão agindo movidos por uma histeria e alarmismo exagerado provocados por uma mídia irresponsável?
As Olimpíadas e Paraolimpíadas foram adiadas; o famoso Carnaval de Veneza foi cancelado; Festival de Cannes cancelado; shows do Metallica cancelados em todo o mundo; a CBF cancelou, por tempo indeterminado, os campeonatos nacionais; a Uefa anunciou a suspensão dos jogos que restam das oitavas de final da Liga dos Campeões e da Liga Europa; na Fórmula 1 o GP da Austrália foi cancelado; Euroliga e NBA também foram suspensas... Mas devemos acreditar que esta pandemia é apenas uma “gripezinha”?
A Associação Paulista de Medicina, a Associação Brasileira de Climatério (Sobrac), a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão criticaram, por meio de seus presidentes, o pronunciamento feito pelo presidente. Do mesmo modo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) publicou nota contestando o pronunciamento do Bolsonaro. Segundo a SBI, “trouxe-nos preocupação o pronunciamento oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro, ao ser contra o fechamento de escolas e ao se referir a essa nova doença infecciosa como ‘um refriadinho’.” Isto porque vivemos um período em que os cuidados devem ser intensificados, não minimizados, pois “o Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias”. A nota de esclarecimento defende ainda, ao contrário do Bolsonaro, a importância das medidas de isolamento social, uma vez que, neste momento em que “a COVID-19 chega à fase de franca disseminação comunitária, a maior restrição social, com fechamento do comércio e da indústria não essencial, além de não permitir aglomerações humanas, se impõe. Por isso, ela está sendo tomada em países europeus desenvolvidos e nos Estados Unidos da América”.
Entre a ciência e a ignorância do presidente, fico com a ciência!

Eu apoio Bolsonaro
Por todas estas razões, EU APOIO BOLSONARO!
Eu apoio Bolsonaro na linha de frente, que esteja lá onde estão os heróis da saúde, nos hospitais dando assistência às vítimas do coronavírus; que esteja lá onde estão os agentes da segurança pública e de tantas outras profissões que precisam colocar em risco sua saúde para garantir a vida de outros.
E, para mostrar que ele é forte, “atlético”, e que não tem medo desta “gripezinha”, que trabalhe num hospital público, nas condições e dificuldades em que se encontram os profissionais da saúde que põem em risco suas vidas, diariamente, para cuidar dos outros!
E, para finalizar, reproduzo a seguir parte de um texto publicado por Renato Roseno, deputado estadual pelo PSOL do Ceará:
“Bolsonaro arrisca a sua vida. (...) Ele arrisca a vida da trabalhadora que cria o filho sozinha e tem que garantir a comida na panela da mãe, dividindo o mesmo teto no bairro da periferia brasileira. Arrisca a vida do caminhoneiro de 50 anos que não tem perfil atlético porque trabalha há 20 anos levando mercadorias Brasil afora. Arrisca a vida do jovem de 20 e poucos anos que pega ônibus lotado para garantir completar os estudos numa sala de aula sem quaisquer condições depois de ter trabalhado 10 horas como entregador de aplicativo. Bolsonaro arrisca os corpos mais frágeis da sociedade brasileira, os mais pobres, os negros, os que pegam ônibus, os que entregam encomendas, "os que levam esse país no braço", os que moram nas comunidades periféricas, nos assentamentos precários, os que dividem a casa com muita gente porque morar com pouca gente é privilégio. Ele não tem respeito nem cuidado com você. Além disso, Bolsonaro mostrou desprezo a você que é médico, enfermeiro, auxiliar e técnico de enfermagem. Ele desprezou seu trabalho e seu risco. Ele pisa na pesquisa e na ciência. Não porque seja burro, mas porque ele serve a outros interesses. Bolsonaro pode ser debochado, mas ele é um debochado que fez uma opção. Ele resolveu proteger os ricos, o "andar de cima", o grande capital”. (https://bit.ly/2WIQma2)

FONTES

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