Em tempos onde cada cidadão se converte
em potencial comunicador nas mídias sociais para o exercício da
cidadania democrática, os conteúdos de ensino de geografia, história,
religião, filosofia e sociologia se fazem mais importantes do que nunca.
Convergentes ou não, os componentes curriculares de ciências humanas na
Base Nacional Comum Curricular (BNC) despontam como um campo amplo de
aprendizados sobre a relação das pessoas com o mundo atual.
Na educação infantil, os conteúdos
tendem ao lúdico e a conhecimentos sociocognitivos. Ao longo do ensino
fundamental, os saberes avançam na percepção dos diferentes tempos e
espaços geográficos e históricos. No ensino médio, a continuidade do
processo formativo se completa com discussões sobre os saberes humanos e
existenciais.
Mas, como equacionar a área sem dar
passos para trás? A expectativa é de que a Base trabalhe com todas essas
matérias de forma que haja diálogo crítico e criativo entre os
componentes de ciências humanas. A lição pode vir da história, o
componente curricular das ciências humanas que mais recebeu
contribuições no Portal da Base durante a consulta pública, encerrada no
dia 15 de março.
Até o início deste mês, história chegou à
casa do 1.048.386 contribuições recebidas no Portal da Base. Em
percentuais, o componente está 22% à frente de Geografia (823.249),
segundo lugar em número de intervenções, dentre as matérias de ciências
humanas.
As sugestões apontam, principalmente,
necessidade de maior articulação do ensino atual sobre civilizações
antigas com o que prevê a Lei 11.645, que trata da obrigatoriedade do
ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nos
estabelecimentos nas escolas de ensino fundamental e médio. Outro ponto
considerado tão importante quanto é mostrar a integração entre o Brasil e
os processos históricos globais.
“Esses são os principais desafios
nossos, adequar as divergências e justificar o porquê dos conteúdos que
vão ser incorporados pela Base e os que não vão ser”, avalia a assessora
da área de ciências humanas na BNC com foco no componente curricular
história, Cláudia Ricci.
Cláudia considera que o processo
desencadeado pela BNC já foi vitorioso por ter suscitado tamanha
polêmica com posicionamento de vários estudiosos e especialistas.
Segmentos da sociedade civil, associações científicas, acadêmicas e
profissionais também fizeram parte do processo de mobilização e
indicaram sugestões e contribuições ao documento preliminar de história.
O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, tem reiterado nos encontros que tratam da Base que o ensino
de história nunca vai tirar o que ele chama de “pertencimento” do Brasil
do mundo ocidental e que a disputa política e ideológica é salutar. “O
que nós queremos no currículo é que se organize toda essa importante
liberdade acadêmica. Não é retirar o que já tem e incluir o que não foi
bem contado”, ressalta.
Conheça as propostas da área de ciências humanas no Portal da Base
Fonte: MEC
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