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segunda-feira, 11 de maio de 2015

FESTIVIDADES DOS 185 ANOS DE IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM ANTÔNIO CARLOS



“As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade, se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados”.
(Edmund Burke, escritor irlandês do século XVIII)

Centenas de pessoas prestigiaram o início das festividades dos 185 Anos de Imigração Alemã em Antônio Carlos. O evento, organizado pela Prefeitura de Antônio Carlos, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e da Secretaria Municipal de Esporte e Turismo, em parceria com o CPC da Capela do Louro, foi realizado na comunidade do Louro no último dia 6 de maio e teve início com a celebração de uma Missa de Ação de Graças, às 18h, seguida da inauguração do Monumento em Homenagem aos Imigrantes Pioneiros.
Vitorino Petri, Presidente do CPC da Capela do Louro, e Antônio Paulo Remor, Prefeito Municipal, no descerramento da Placa em homenagem aos Imigrantes Alemães Pioneiros no povoamento de Antônio Carlos.

LANÇAMENTO DO LIVRO BILÍNGUE “EIN PRIEF FIR DIE ZUKUNKT”
As festividades tiveram continuidade no interior do salão da Capela com o lançamento do livro do Sr. Leonídio Zimmermann intitulado “Ein prief fir die zukunkt” (Uma carta para o futuro), obra bilíngue, português-hunsrückisch, que revela o reconhecimento das experiências e conhecimentos de nossos antepassados como forma de construirmos um futuro mais promissor! É também um tributo à história de nossos antepassados, história esta que se fundiu à história do Brasil, de Santa Catarina, e de nossa cidade no início do século XIX.
Sr. Leonídio Zimmermann, autor do livro "Ein prief fir die zukunkt", e mesa de autoridades (da esquerda para a direita: Altamiro Antônio Kretzer, Secretário Municipal de Educação e Cultura; Vitorino Petri, Presidente do CPC da Capela do Louro; Sr. Leonídio Zimmermann; Antônio Paulo Remor, Prefeito Municipal; Adelino Bonifácio Kretzer, Vice-Prefeito; Jaisson Basei, Secretário Municipal de Esporte e Turismo)

APRESENTAÇÃO DE DANÇAS E MÚSICAS ALEMÃS
O público presente foi ainda brindado com a apresentação do Coral Poesis, que emocionou com inúmeras canções alemãs do folclore local, e com a apresentação dos grupos de danças alemãs das cidades de Anitápolis e de Angelina, sob a coordenação do professor Gilson Schmitz.
Grupo de Danças Alemãs de Angelina e de Anitápolis fizeram belíssimas apresentações, sob a coordenação de Gilson Schmitz.
Coral Poesis, de Antônio Carlos, sob a regência de Silvério Petri.

UM POUCO DE HISTÓRIA
Em setembro de 1828 os primeiros imigrantes alemães de Santa Catarina saíram de seu país de origem no navio “Johanna Jakobs”, em direção ao Brasil, do qual desembarcaram em outubro de 1828, no Rio de Janeiro. No dia 28 de outubro partiram para o Sul do Brasil, em direção à cidade de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, em dois veleiros, o Brigue Luísa e o Bergantim Marquês de Vianna. Estes veleiros traziam a bordo 635 imigrantes, vindos da região do Rio Mosela, Hunsrück e Eifel, hoje Estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha.
No dia 1º de março de 1829 alguns destes imigrantes alemães fundaram a primeira colônia alemã de Santa Catarina, São Pedro de Alcântara. De lá muitos migraram para outras localidades do Estado, como: Antônio Carlos, Angelina, Blumenau, Pomerode, Águas Mornas, entre outras.
A História de Antônio Carlos se funde com a história de inúmeros homens e mulheres que, ao longo das décadas, foram escrevendo suas histórias e a história de nossa cidade. Em 6 de maio de 1830, vindas da Colônia de São Pedro de Alcântara, algumas famílias alemãs, lideradas por João Henrique Soechting,  rumaram para o vale do Rio do Louro em busca de novas terras, novas oportunidades, de melhores condições de vida para si e para os seus. É neste vale que se inicia a colonização alemã, em terras que irão compor, posteriormente, o município de Antônio Carlos.
Nesta data, 6 de maio de 1830, João Henrique Soechting (Johan Henrich Söchting), acompanhado de sua esposa, Guiomar da Silva, e de seu filho, Júlio César Soechting, iniciam a colonização das terras do vale do Rio do Louro, acompanhados de outros imigrantes, dando início à segunda colônia alemã de Santa Catarina. Até setembro de 1830 os pioneiros, muitos deles soldados, alguns agricultores, outros marceneiros, alfaiates, ferreiros, eram os seguintes:
Adão EMMERICH, mulher e quatro filhos;
Antônio SCHENK, mulher e filha;
Francisco SCHWARZ, mulher e filho;
Jacob SCHWARZ, mulher e filho;
João GEISSBUSCH, mulher e quatro filhos;
João Henrique SOECHTING, mulher e filho;
João SCHWARZ, mulher e filha;
José RUPPEL, mulher e dois filhos;
Maria CRELS e dois filhos;
Niolau BINS, mulher e dois filhos;
Nicolau HERMES, mulher e quatro filhos;
Matheo JOCHEN e cinco filhos;
Henrique MEINSCHEIN;
João HOLZE;
João SIEGLIN;
Nicolau SCHWARZ;
Theodoro Antônio REVOETS;
Tomaz HOENER.
Marco da Colonização Alemã em São Pedro de Alcântara (1929), primeira colônia alemã de Santa Catarina.

Mas nas décadas seguintes inúmeras outras famílias também rumaram para estas terras. Segundo nosso padre historiador, Raulino Reitz, os sobrenomes destes imigrantes são:
Alflein, Alflent, Allein, Bachmann, Baumgarten, Berns, Besen, Bunn, Bins, Bohn, Clasen, Conradi, Conrat (Konrath, Konrad), Decker, Deschamps, Diedrich, Diemon (Dimon), Egerth (Egert), Feltes, Franzner, Freiberger, Gässer (Gesser, Guesser), Gelsleichter, Goedert, Gorges, Haack (Hack), Habitzreiter, Hammes, Hermes, Hillesheim, Hoffmann, Jochen, Junkes, Kammer, Kindermann, Klasen (Clasen), Klein, Koch, Kehrig (Koerig, Koerich), Kons, Krämer (Kraemer, Kremer), Krätzer (Kretzer), Kraus, Kreusch, Kreutz, Kroeff (Kreff), Kuhn, Kunz, Ludwig, Mangrich (Mannrich), Mannes (Manes), Marthental (Martendal), May, Meyer, Meinschein, Meurer, Michels, Momm (Monn), Morsch, Müller, Münich, Nau, Neis, Neumann, Pauli, Peppler, Pering, Petry (Petri), Pfeiffer, Philippi, Pitz, Platten, Prim, Rassweiler (Rasveiler), Rech, Reinert, Reitz (Raitz), Rangel, Richard, Richartz, Rohden, Rohtstein, Sabel, Schaeffer, Schappo, Scherer, Schmidt, Schmitt, Schmitz, Schneider, Schneit, Schuch, Schuechter, Schütz (Schuetz), Schwartz, Schweitzer, Schwabe, Schwambach, Sens, Simones, Soechting, Staeheling, Steffens, Waldrich (Waltrich, Valtrich), Walter, Weber (Veber), Weingarten, Werner, Wiese, Will, Winter, Wilperth (Willpert), Wilvert, Wilvertsdedt, Zimmemann (REITZ, Raulino. ALTO BIGUAÇU - NARRATIVA CULTURAL TETRARRACIAL. Coedição Editora Lunardelli/Editora UFSC, 1988, p. 39-40)

Imigrantes de forte religiosidade logo se organizaram para erguer uma capela. A Lei nº 100, de 30 de abril de 1838, autoriza a construção da Capela e do cemitério. A capela foi e continua a ser dedicada a São Pedro Apóstolo.                                                                         
A comunidade do Louro também já foi, durante um período, a sede distrital da região. Através da Lei Municipal nº 121 de 15/julho/1919 é criado o 4º Distrito de Paz no Louro. Este é instalado no dia 02 de agosto do mesmo ano, tendo como Sede do Distrito o entroncamento das entradas da Capela do Louro e Santa Maria (casa Pitz). Felipe Kretzer foi o primeiro juiz de Paz, nomeado em 22 de novembro de 1919 (22/11/1919 – 20/12/1919 e 31/12/1923 – 31/12/1924). Esta condição de Distrito para a comunidade do Louro perdurou até 1930 quando, por meio do Decreto nº 24, de 09 de dezembro de 1930, o General Ptolomeu de Assis Brasil, Interventor de Santa Catarina, altera o nome do Distrito de Louro para Distrito de Antônio Carlos e transfere a Sede para a localidade de Encruzilhada (atual região central de nossa cidade).
É a história destes homens e mulheres que queremos hoje reverenciar! Seus esforços, sua luta diária ajudou a moldar nosso município. Uma história que tem forte ligação com dois municípios fronteiriços: São Pedro de Alcântara, de onde vieram os primeiros imigrantes alemães, e Biguaçu, município do qual fazíamos parte até nossa emancipação política ocorrida em 6 de novembro de 1963.

TENHA ORGULHO DE SEUS HUMILDES ANTEPASSADOS
São as pessoas humildes que eu procuro,
O sal da Terra, por assim dizer.
Aqueles que domaram o solo bruto,
E fizeram nele as sementes florescer.
São estes que eu gosto de encontrar,
Quando mergulho na estrada da genealogia.
E é apenas por orgulho que me deixo levar,
Refazendo seus passos para assim os imortalizar.
Aqueles que buscam o passado com sonhos de glória,
De encontrar heróis e ducados em cada história,
Não devem jamais se desapontar,
Ainda que descubram que os humildes ancestrais
Tinham somente as estrelas para contemplar.
(G. McCoy. Source: The Sunny Side of Genealogy, compiled by Fonda D. Baselt, Genealogical Publishing Co., Baltimore, 1988, p.10 (tradução livre e não autorizada: Lea Beraldo)


PARABÉNS COMUNIDADE DO LOURO! PARABÉNS AOS NOSSOS PIONEIROS, PARABÉNS AOS NOSSOS ANTEPASSADOS! PARABÉNS A NÓS, SEUS DESCENDENTES, ESPALHADOS POR TODO O MUNICÍPIO E TAMBÉM POR OUTRAS TERRAS DE NOSSO PAÍS.

VÍDEO:



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